quinta-feira, 28 de abril de 2011

TUDO COMEÇOU,
MENTIRA INGRATA;
TUDO ACABOU
DE UMA VEZ
POR TODAS AS OUTRAS
QUE FORAM
E NEM SE SABE
POR ONDE
DEIXARAM DE SER
RELES, MAS AINDA
QUE SE PERCAM
DO FIM
DE TUDO
QUANDO ACABA
DIZENDO QUE COMEÇOU.
VERDADE INTRAGÁVEL,
MAS VERDADE

sexta-feira, 22 de abril de 2011

do diário de viagem, 07/10/2010- Alter do Chão, Pará

Essa música me transporta para outro mundo, não sei, arranca-me daqui, leva-me ao céu e me apresenta às estrelas. Comprimentamo-nos, adimiro-as de tão perto que parece que não é. Então vem a Lua, da qual não ouso me aproximar, mas mesmo mantendo certa distância faço sombra nela, assim parte de mim a alcança.
Acendo um cigarro pra impressionar, bolinhas de fumaça se perdem no espaço até onde a vista chega e a vista vai longe, mas quase imediatamente volta-se outra vez pra Lua. A música não pára, chama-me a continuar, dá asas, faz-me leve como a fumaça perdida.
Vou flutuando de costas para não deixar de olhá-la e a Lua me diz adeus, como se não fossemos mais nos encontrar, mas comigo penso que a música não cessa e pra lá sempre me levará.

Divagação sobre o estado da minha alma elevada. Minha alma que é tão capaz de amar sem corpo, tão capaz de sofrer sem choro. Tão real de dia e nos sonhos.
A alma que às vezes escapa, escorre de mim, abandona o eu corpo, parte sem dizer pra onde ou quando a volta será. Ele fica sozinho a espera do retorno. Retorno mais pleno, mais cheio de ar e leve como nuvem que já choveu, grávida que já pariu, desculpa que tem perdão, leve como um amor finalmente declarado. E para ser menos poética; uma boa nota recebida, depois de nada estudar. A solidão pós multidão, o suspiro depois da subida, o ar depois de desfeita a briga.
E meu corpo agradece o sumiço, desfeito do cansaço e do peso que até então o entorpecia e o fazia andar torto, sem asas, gelado por dentro e por fora.
Então me padeço pelo corpo que não deixa a alma passear, o corpo sem fé no retorno.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

sou um duende doente
quantos passos há entre a timidez e a loucura? poucos passos largos, muitos passos curtos?