quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sou vários.
Há o que faz, o que distrai
sou tantos...
versos tortos, verbos soltos
dia um, dia outro
sendo assim nunca só,
mesmo que eu,
complico-me
suplico voltar a mim mesmo
é um desastre não ser o mesmo
em todas as ocasiões

Não é fácil e nada é
enquanto meus eus passeiam
o mesmo se perde no caminho

Sou vários,
tantos;
nem acho lugares.
Aí enfiam-se onde não é pra estar
enganam-me, fico sem saber
até que me fazem esquecer,
mas o resto do mundo se lembra.
Eu não, eus nãos.
E recorda daquilo que não fui eu quem fiz,
quem programou, planejou, falou

Que diabos, sou vários
que me encaixam
que me pertencem,
mas não sou apenas eu, sou tantos

Acabo mesmo por aqui, para não dizerem: loucura
Pois não sou louco
apenas só não sou um,
porque sou vários
e sou tantos.

2 comentários:

ana disse...

caraca, mané!! (como diz a cariocada)
fazia séculos que eu não entrava no seu blog, to adorando!

esse poema aqui me lemnrou muito um do neruda: "muchos somos"

Jasmin disse...

Bela primeira estrofe, phyna.